Ridículo?
Segunda, 13 desetembro de 2010.
Postado por Bibiana de Paula Friderichs às 02:20
Fazia muito tempo que eu não assistia TV. Claro que ao longo do dia, em um ou outro momento, acabo ligando o monstrengo no meio da sala. Mas aqui em casa, ele serve apenas para ver alguns filmes, e essencialmente para poluir sonoramente meu ambiente, enquanto ando pra lá e pra cá, no intervalo do almoço ou da noite, arrumando alguma coisa.Mesmo assim, de quando em quando, me pego pensando nessa relação que temos com a TV e o tal potencial de invisibilidade tão perseguido por alguns designers da microinformática, que ela já atingiu há tempos.
Dizemos que a TV não tem cerimônia, não exige ritual, nem sequer demanda nossa atenção; não precisamos racionalizá-la: basta ligar um botão e todo resto acontece, como num passe de mágica, que, aliás, nem é tão mágico assim (agora sabemos: afinal, o Youtube e as câmeras digitais já nos ensinaram uma porção de coisas).
Hoje, contrariando a rotina, lá pelas 10h da noite resolvemos assistir TV. O Diego disse: “- coloca na Globo, faz um tempão que eu não vejo o Fantástico!”, e passados os primeiros minutos, exibindo a “cobertura” esportiva (está entre aspas porque eu não chamaria isso de jornalismo, parece mais anúncio pago), quase tive uma síncope!
É nestas hora que eu me pergunto: - o que eles estão pensando? Não há nada mais importante a ser dito? Não há nem um outro tipo de entretenimento a ser feito? Porque jornalistas se prestam a esse papel? Porque permitem que sua imagem seja usada desta forma?
Estou falando de um reality show que passou logo depois do esporte. Quando me dei por conta, estava assistindo a uma prova ridícula, onde as mulheres colocadas em caixotes e presas num túnel, foram submetidas a presença de inúmeras baratas, aranhas, ratos e cobras. Os animas e/ou insetos, eram depositados sobre seu corpo, enquanto elas arrancavam bandeirolas com a boca. Para finalizar, o quadro é coroado com a apresentação de Glenda Kozlowski, antiga repórter da globo, renomada pela apresentação do Globo Esporte.
Ridículo? Incompreensível, isso sim!
Ridículo é o conteúdo da programação, a minha inteligência sendo subestimada. Ridícula é a seqüência da programação e as personagens que compõe o quadro, uma discurso, cujos signos amarram o jornalismo ao entretenimento, e o esporte as bizarrices artificiais da sobrevivência. Onde é que a direção desta (e provavelmente das demais emissoras) quem chegar? Qual pode ser o resultados intelectual deste tipo de comunicação? Social? Político?
Desliguei a tv...
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