Um outro tempo, daqui há 20 anos
Há alguns dias a trás, um aluno, durante a entrevista que concedi ao jornal para o qual ele trabalha, me pediu que falasse sobre o rádio daqui a 20 anos. Isso me deu muito em que pensar, não só sobre a linguagem e o suporte com o qual tenho maior intimidade no campo da comunicação, mas sobre o nosso próprio fazer profissional. Claro que essa reflexão também é sintomática: estamos no final do ano, e daqui a um mês formamos mais uma turma de jornalistas, que acompanhei por 08 semestres, e dos quais muitos são meus orientandos.
Mas tenho de admitir: não consigo imaginar o que será do rádio e nem mesmo do jornalismo daqui há 20 anos. Sequer imagino o que será do mundo. Por mais que me esforce, às vezes acabo achando – de achismo mesmo – que tudo está perdido (não que eu seja exatamente o que se pode chamar de pessimista).
Mas tenho de admitir: não consigo imaginar o que será do rádio e nem mesmo do jornalismo daqui há 20 anos. Sequer imagino o que será do mundo. Por mais que me esforce, às vezes acabo achando – de achismo mesmo – que tudo está perdido (não que eu seja exatamente o que se pode chamar de pessimista).
Se observarmos a história da comunicação e do próprio veículo em questão nos dando conta de que, mais de quinhentos anos depois do invento de Gutenberg, e principalmente devido aos saltos tecnológicos dados nas últimas décadas, criamos um imenso reservatório multimídia de documentos, acessíveis em tempo real. Para além do jornal, do rádio e da televisão, a web alterou os modos de seleção e processamentos das informações, fatos e idéias, ampliou seus fluxos, e, mesmo, redimensionou as condições e critérios para o acesso e controle aos canais de interlocução. Agora, os espaços midiáticos de expressão (canais de emissão e não apenas de recepção) estão disponíveis para uma parcela significativa do público que até então era apenas ouvinte/espectador.
...
Qualquer pessoa que tenha um computador conectado na internet, seja em casa, no escritório, na casa de um amigo, ou numa lan house, pode distribuir informação: publicar uma fotografia, postar um áudio ter uma página pessoal e produzir notícia, porque não? Os blogs, que eram considerados, até bem pouco tempo atrás, diários virtuais, hoje postam informações ilustradas sobre guerras, descobertas científicas e tragédias de toda ordem, mais rápidos que os sites dos grandes jornais e que o famoso imediatismo do rádio. E como pensar que isso não vai transformar o jornalismo, suas práticas e até mesmo o próprio conceito? Mas também não sabemos a resposta para essa pergunta, e se até bem pouco tempo atrás tínhamos algumas certezas sobre qual era a nossa função na sociedade e como poderíamos fazer nosso trabalho, hoje precisamos repensá-lo. Mais do que isso: precisamos repensá-lo na mesma velocidade com que as inovações e as múltiplas possibilidades de comunicação surgem no cenário social. Essa é a tarefa que proponho aos meus alunos a cada novo encontro, temos de praticar, conhecer as técnicas, mas constantemente revisá-las, nos perguntando se ainda são eficientes, se atendem as expectativas do público leitor/ouvinte/espectador, que é sempre outro e sempre mais exigente, e principalmente se o material que produzimos dá conta de cumprir a responsabilidade social que assumimos por sermos jornalistas.
Qualquer pessoa que tenha um computador conectado na internet, seja em casa, no escritório, na casa de um amigo, ou numa lan house, pode distribuir informação: publicar uma fotografia, postar um áudio ter uma página pessoal e produzir notícia, porque não? Os blogs, que eram considerados, até bem pouco tempo atrás, diários virtuais, hoje postam informações ilustradas sobre guerras, descobertas científicas e tragédias de toda ordem, mais rápidos que os sites dos grandes jornais e que o famoso imediatismo do rádio. E como pensar que isso não vai transformar o jornalismo, suas práticas e até mesmo o próprio conceito? Mas também não sabemos a resposta para essa pergunta, e se até bem pouco tempo atrás tínhamos algumas certezas sobre qual era a nossa função na sociedade e como poderíamos fazer nosso trabalho, hoje precisamos repensá-lo. Mais do que isso: precisamos repensá-lo na mesma velocidade com que as inovações e as múltiplas possibilidades de comunicação surgem no cenário social. Essa é a tarefa que proponho aos meus alunos a cada novo encontro, temos de praticar, conhecer as técnicas, mas constantemente revisá-las, nos perguntando se ainda são eficientes, se atendem as expectativas do público leitor/ouvinte/espectador, que é sempre outro e sempre mais exigente, e principalmente se o material que produzimos dá conta de cumprir a responsabilidade social que assumimos por sermos jornalistas.
4 comentários:
não, vc não é pessimista ao dizer q tudo está perdido. Só é uma pessoa muito informada... eheheh
p.s. Menina EREP:
um constante revisar de técnicas...
necessidade de questionar de teorias...
já estamos assim... somos assim...
Gi, é um tal de (des)contruir, de (des)entender, de (des) acomodar.
... e os sentidos nossos de cada dia?
SENTIDO
SENTID
SENTI
SENT
SEN
SE
S
SE
SE TIDO
SE ENTIDO
SENTINDO
SETIN
SE TINTO
SE N T I D O
C
SEM TI DO MUNDO
SEM TI DO MEU
SEM TI DO CORAÇÃO COR AÇÃO CO AÇÃO
B
.E
..I
...J
....O
.....S
Eu acho que a gente vai estar trabalhando dentro de uma nave, voando (com naves próprias e compactas) de um lado para o outro da redação. O rádio sairá com voz metálica e a televisão copiará toda a nitidez de cores de Andy Warhol!
Brincadeirinha...
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