Domingo, 19 de abril de 2009.
Postado por Bibiana Friderichs às 15:48.
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Um texto de achismos,
sem fundamentação teórico-metodológica:
é mesmo só o que eu acho!
Tenho ouvido e lido muito sobre as tecnologias que rondam nossa orbe pós-moderna. (Sim eu gosto desse conceito, apesar da ironia com que o trata meu amigo César Augusto). Acredito que somos personagens de um mundo hiper, fluído e excessivo. Mais do que isso: adoro as cores, os traços e as texturas da arte produzida neste tempo. Gosto mesmo, mais do que qualquer
Mona Lisa e afins. Mas, calma, não estou falando “exatamente” de arte. Estou falando apenas de gosto, do meu gosto para a arte.
Também já não acho mais que os filmes de
ficção científica, sobre figuras andrógenas,
cibórgs e
máquinas do tempo, sejam apenas “de” ficção. Penso que uma nova leitura e percepção da realidade está sendo delineada diante de nós, e não a compreendemos bem porque é muito difícil olhar ao redor, por dentro, para confiscar uma expressão do mundo em movimento, e, portanto, mutante. Parece mais fácil olhar para trás. Mas talvez só pareça, o problema são todas as nossas limitações.
Há três semanas comecei a ler com meus alunos o livro da
Santaella sobre o pós-humano, a arte e a cultura. Discutir tal complexidade nos exigiu um olhar atencioso sobre a dinâmica das transformações culturais a que estamos sujeitos e, particularmente, a presença da tecnologia nesse processo diacrônico. Como disse
Castells (1999, p.44), não podemos pensar a sociedade como produto das inovações tecnológicas, da mesma forma que não podemos compreendê-la sem nos perguntarmos o que ela faz com a tecnologia que desenvolve:
Sem dúvida a habilidade ou inabilidade de as sociedades dominarem a tecnologia e, em especial, aquelas tecnologias que são estrategicamente decisivas em cada período histórico, traça seu destino, ao ponto de podermos dizer que, embora não determine a evolução histórica e a transformação social, a tecnologia (ou sua falta) incorpora a capacidade de transformação das sociedades, bem como os usos que as sociedades, sempre em processo conflituoso, decidem dar ao seu potencial tecnológico.
Durante nossas discussões, a partir do texto da autora, observei que talvez por carregarmos um montante significativo de bagagem cultural trazida do século passado, ou seja, por nos sentirmos ainda modernos, tenhamos certa dificuldade em reconhecer e aceitar os então “revolucionários” modos de ler e contar o mundo, mais do que isso, as outras formas de sociabilidade que involuntariamente acabamos por instituir, e assim também, as identidades engendradas ao longo desse processo.
E mesmo apropriando-se e criando rapidamente uma outra semiose para o mundo, demoramos a entender que é preciso abrir mão de uma perspectiva pouco polissêmica da realidade, e as vezes largar no meio do caminho as nossa muletas, esquecer de certos pré-conceitos pré“sentidos”, perder parte da memória (um processo natural e saudável, como li na
SuperInteressante).
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Quem sabe, para aceitar o novo, precisaremos cometer alguns assassinados (não ignorar o passado, mas ciente dele e da trajetória que percorremos até aqui, deixá-lo para lá), seguindo a máxima Darwiniana (só para relembrar o
150 anos da teoria da seleção natural).
- Vc é homo sapiens? Não? Então toma isso, e isso e mais isso! (he he he...a frase é um subtexto da Ana, e a cena em que ela disse isso foi hilária, mas perspicaz).
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