blábláblá é o que eles falam... eles quem?
undefined
undefined
Li agora há tarde, no Observatório, o texto “Um ato de guerra, segundo o Pentágono”. O artigo foi publicizado originalmente no Wall Street Journal e traduzido para o monitor da imprensa brasileira por Jô Amado.
Embora o que me levou a lê-lo tenha sido a ocorrência da palavra cibercombate, ao terminar a leitura, seu conteúdo não pareceu versar sobre o potencial da tecnologia, mas sobre Política. Não sobre a política partidária, mas sobre a política das relações que movem o mundo. Melhor ainda seria dizer, não sobre a política, mas sobre o poder. No entanto, como invariavelmente vejo poder transmutando-se em política e política transmutando-se em poder, é um texto que versa sobre os dois.
Penso que o que está em questão no relato produzido por Siobhan Gorman e Julian E. Barnes, não é a necessidade de determinar quem invadiu o computador de quem, nem a necessidade de provar que esta invasão teria sido uma ação de determinado país, ao invés de uma organização, ou de um ato isolado de certo sujeito. Também não me parece que se trate do tamanho do estrago que a ação possa ter causado para validar o ato com Ato de Guerra, ou mesmo a construção de uma prerrogativa que equipare o ataque militar desterrotializado/virtual ao ataque militar armado, o que constituiriam a máxima “violência física versus violência simbólica”.
O que me parece estar no comunicado feito pelo Departamento de Defesa norte-americano, é justamente a revelação (ou seria melhor dizer, a manutenção) de quem PODE chegar a esta conclusão; quem PODE transformar uma expressão política: “Ato de guerra” (e, portanto, aparentemente sem força de lei), numa expressão legal. Mais uma vez o Doxa marca seu lugar, combatendo não o cibercombate, mas os discursos de resistência que pipocaram pelo mundo. Até porque, o que poderiam dizer as outras nações? Feito uma espiral do silêncio emudecem. Se alguém dentro do Pentágono determinar que esta ou aquela invasão É militar e que sua adoção incita a guerra, o que poderá detê-los? Não lembro de nos terem perguntado ou acatado quaisquer das nossas decisões. E digo aqui nós (os outros países) como um rótulo, <>, mas também me pergunto: somos tão diferentes assim? Já que não me recordo de nenhum momento da história do mundo em que os discursos encráticos não tenham sido calados ou convertidos.
Mais uma vez assistimos o capital simbólico da tecnologia associar-se como metonímea ao do campo da POLÍTICA, política internacional, revelando o PODER, o poder do discurso de uma cultura sobre as outras.
0 comentários:
Postar um comentário