Sobre meu voto no segundo turno, a quem interessar possa (eleições 2018):

Não vou abandonar as minhas críticas ao PT, minha crítica a sua negação e falta de autocrítica. Na minha percepção o comportamento do partido envergonhou a história democrática desse país, história essa que ajudou a construir. 

Entretanto, quando em 1996 passei a acompanhar o PT, o fiz porque, na época, entendi que ele representava um conjunto de ideias, de princípios, de valores que eu nutria e com os quais compactuava. O partido, como instituição política me decepcionou profundamente, mas eu ainda cultivo aquelas ideias, ideias de um Brasil que eu quero para mim, que eu sonho para os brasileiros. Por isso, apesar de o partido ter falhado, das pessoas, dos líderes terem falhado (porque uma instituição assim é feita de pessoas), neste momento vou apoiá-lo novamente e votar no Haddad. 


Vou fazer isso porque acredito que a história também pode ensinar a este partido uma boa lição, e nós, nós podemos ser vigilantes quanto a isso. Mas mesmo nas falhas, o PT nunca me traiu quanto a oportunidade às minorias, a proteção dos Direitos Humanos e ao respeito a diversidade: valores essenciais... por isso acho que merece, neste cenário, meu voto de confiança. 

Digo nesse cenário porque, por outro lado, não posso eleger, ou ajudar a eleger (com minha negação), alguém que claramente fere esses princípios, os princípios da dignidade humana. Porque por enquanto (e digo isso já duvidando) essa violência está apenas nas palavras mal postas, na truculência da fala. Mas se o elegermos, estamos passando um atestado de que isso pode, além de um discurso, virar um fazer. Estaremos passando um atestado de que isso pode e de que todos estão autorizados a falar/fazer assim. 

Na escola onde eu estudei, aprendi direitinho que o discurso é uma arma, um poder para construir realidades. Aprendi nesta escola, que o mundo é o que gente diz que ele é. E eu ñ posso permitir, e se não puder evitar, eu não posso aceitar, esse mundo dito pelo Bolsonaro. Minha palavra de ordem agora é RESISTIR. E resistir agora, é votar 13.

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    "ao reescrever o que dissemos, protegemo-nos, vigiamo-nos, riscamos as nossas parvoíces, as nossas suficiências (ou insuficiências), as hesitações, as ignorâncias, as complacências; [...] a palavra é perigosa porque é imediata e não volta atrás; já a scriptação tem tempo à sua frente, tem esse tempo próprio que é necessário para a língua dar sete voltas na boca; ao escrever o que dissemos perdemos (ou guardamos) tudo o que separa a histeria da paranóia" (BARTHES, 1981, p.10).

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quem é a garota da vitrine?

Minha foto
Sou formada em Radialismo e Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e desde 2004 atuo como professora dos cursos de Comunicação Social na mesma instituição. Ainda na UPF, fiz especialização em Leitura e Animação Cultural, e recentemente concluí o doutorado pela PUCRS. Sempre trabalhei com o universo radiofônico, pelo qual sou apaixonada. Gosto particularmente das suas aproximações com a arte. Minhas últimas descobertas de pesquisa rondam em torno da produção de sentido (em nível verbal e não-verbal) sob a perspectiva semiológica.

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pelo caminho...

pelo caminho...
lendo... só lendo e imaginando uma história da nossa suposta história...

O museu é virar a gente de ponta cabeça. Tem versão digital ao clicar na imagem.

da era do pós-humano.

de Brenda Rickman Vantrease, sobre os poderes que se interdizem desde o início dos tempos.

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o que são scriptografias e outras escrivinhações?

O título deste blog foi inspirado nas observações feitas por Roland Barthes a cerca do processo de produção e significação dos textos que circulam pela prática social. Ele fala em scriptação, escrita, escritor e escrevente. No entanto, o nome scriptografias e outras escrivinhações, não passa de uma "licença" poética, por assim dizer, com o objetivo de nominar um espaço de livre expressão, em formatos e temas que fazem parte do meu cotidiano, assim como do cotidiano de quem por aqui passar.
    hola !



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